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Prêmios tornam atraentes títulos de capitalização

Fonte: Valor Econômico

Não é aplicação, mas é vendida pelo sistema bancário. Não é jogo, mas oferece sorteios que chegam a R$ 10 milhões. E, ainda por cima, é uma atividade regulamentada e administrada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

São os títulos de capitalização, que sobrevivem há décadas e fecharam 2010 com receita acumulada de R$ 11,78 bilhões, valor 16,6% superior ao de 2009.

Os títulos de capitalização não podem ser considerados uma formade investimento por não oferecerem rentabilidade ao comprador.

Em sua modalidade tradicional, a pessoa recebe o valor corrigido pela taxa referencial (TR). Se sacar antes do prazo, nunca inferior a um ano, não leva o valor integral.

"Mas atrai o brasileiro por causa dos prêmios, pela forma como foi montada. Só existe aqui no Brasil", afirma Natanael Aparecido de Castro, vice-presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap). A lógica do brasileiro, diz, é a possibilidade de ascensão social.

"Se ele aplicar na poupança, terá a correção do dinheiro mais 0,5% mensal, o que não deixa ninguém rico. Se comprar um título, concorrerá a sorteios e ainda terá o dinheiro de volta corrigido", diz.

Outro atrativo é o aparato legal em torno da modalidade. Segundo Castro, os títulos estão sob responsabilidade da Susep por implicarem sorteios que necessitam de lastro. É um ramo de gente grande. Estão registradas na FenaCap apenas 12 instituições financeiras: Aplub, Bradesco, Brasilcap, CEF, Horizonte, HSBC, Icatu, Itaú, Liderança, Mapfre, Santander e SulAmérica.

Além da forma tradicional, que devolve o valor corrigido pela TR, há mais três variantes de títulos de capitalização. A chamada popular, caso da TeleSena, que devolve 50% do dinheiro; os títulos de incentivo, utilizados por empresa, e os de compra programada, no qual se resgata um determinado produto.

Atuando no ramo desde 1984, a Bradesco Capitalização teve em 2010 um dos melhores períodos de sua história, com crescimento de 24,7% ante 2009. "Chegamos a vender 123 mil títulos pela internet, sendo que capitalização é um produto normalmente ofertado, e não procurado por iniciativa própria", comemora Norton Glabes Labes, presidente da Bradesco Capitalização. Com ampla capilaridade em sua rede, a instituição lança mão do apelo emocional para cativar clientes. "Em muitas agências, o gerente promove uma festa quando algum cliente é sorteado", diz Labes. No ano passado, a Bradesco Capitalização pagou R$ 58,6 milhões em prêmios para 2.353 títulos sorteados no período. Em 2011, a companhia tem planos de crescer 15%.

A Caixa Econômica Federal está lançando o "É Gol", título de incentivo que agrega ao produto a paixão pelo futebol. O comprador paga R$ 6,00 por um título com o distintivo de seu time e concorre a 97 prêmios em um mês. Metade do valor vai para o clube do coração.

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