Breaking News

Carteira de carro tende a manter supremacia

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Porto Seguro prevê segmento automotivo predominante no mix de negócios do mercado, favorecido principalmente pelas deficiências do transporte público e fatores culturais

Transportes públicos deficientes,  manutenção de status social e uma peculiar visão cultural formam os pilares que sustentarão o segmento de seguro de automóvel como o principal do mercado brasileiro ainda por um longo tempo. A avaliação é do diretor da Porto Seguro, José Luiz Ferreira da Silva, para quem a primazia dessa carteira é fruto da visão que o brasileiro tem do seu veículo, ao contrário do que ocorre em outros países, especialmente nos europeus. “Aqui os automóveis são mais caros do que em qualquer outro país e o comportamento usual é vermos pessoas que querem reparos com peças originais, repudiando as usadas”, comentou o executivo em evento promovido pela Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS). José Ferreira acrescentou que, ao contrário do alemão, por exemplo, o cidadão brasileiro vê o carro como patrimônio e não apenas como meio de locomoção. Dessa forma, tenta preservar o máximo possível esse bem seminovo para eventual revenda. Daí, a importância do seguro. “A cobertura do seguro é um dos instrumentos que servem para proteger o veículo no trânsito cada vez  mais caótico e perigoso nas ruas do Brasil”, disse.

Além disso, ele vê a falta de confiança de grande parcela da sociedade em melhorias no transporte público como outro fator que contribui para preservar a relevância do seguro de automóvel nos próximos anos,sem contar o fato de denotar falta de status social.  

Para o executivo, nesse contexto é muito difícil que ônibus e bicicletas, apesar do crescente  investimento em soluções para melhoria da mobilidade urbana, venham a substituir os veículos nas ruas das grandes cidades brasileiras. “Mesmo diante do avanço da tecnologia, que promete carros mais seguros e conduzidos por computador,  tais novidades não devem ser implementadas no varejo antes de 2030, de modo que o segurode veículo ficará muito tempo como ramo de grande importância no mercado segurador brasileiro”, sustentou, destacando ainda que a dificuldade de se mudar padrões culturais como outro fator que “ajuda” o seguro de carro a manter sua primazia no Brasil.

Os números mais recentes divulgados pela Superintendência de Seguro Privados (Susep), relativos até novembro de 2013, indicam que as seguradoras faturaram R$ 26,090 bilhões com as vendas de seguro de carro, incluindo as coberturas de assistência e de responsabilidade civil facultativa. O montante representou quase 35% de toda receita captada pelo mercado no período, desconsiderando o seguro-saúde e o VGBL, tido com um plano de previdência complementar aberta. O seguro de automóvel cresceu 19,2%, um ponto percentual acima da expansão média do mercado, que foi de 18,2%.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario