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Administração de recursos atrai as seguradoras


Valor Econômico 

Acostumadas a gerir fundos de previdência aberta para seus clientes, as principais seguradoras vislumbram novas oportunidades de receita na administração de recursos de terceiros, com foco maior em investidores institucionais, como fundos de pensão e family offices. O movimento não é recente, mas até pouco tempo atrás ficava restrito às seguradoras diretamente ligadas a bancos, que têm na capilaridade de suas redes um forte canal de distribuição para seus produtos.

Cada seguradora tem o seu modelo de negócio, mas em comum não estão dispostas a concorrer com os tradicionais bancos de varejo, que oferecem um amplo portfólio de fundos com baixo tíquete de entrada e elevada taxa de administração. Criada em 2006, a Mapfre Investimentos iniciou suas atividades oferecendo fundos multimercado e de renda fixa para investidores pessoa física e chegou a ter sob gestão cerca de R$ 14 bilhões. "Estamos mais focados em busca de fundos exclusivos para investidores institucionais, principalmente fundos de pensão", afirma Eliseo Viciana, vice-presidente de investimentos da Mapfre.

A Mapfre Investimentos administra cerca de R$ 9 bilhões, dos quais 30% são de clientes do grupo e 70% de terceiros. No total, são 36 fundos, com ênfase em multimercados e renda fixa, voltados para pessoas físicas (35%) e pessoas jurídicas (65%), com perfil qualificado. Em julho, por ocasião da premiação Top Gestão 2016, de Valor, a Mapfre foi a única entre as 11 assets premiadas que era ligada diretamente a um grupo segurador. "Queremos crescer 30% ao ano e buscar reforçar uma identidade entre os nossos fundos e os produtos de seguros, como praticam os bancos. Mas nossos clientes ainda não enxergam o grupo como uma asset", afirma Viciana.

Criada em 2013, a Porto Seguro Investimentos conta com nove fundos de investimentos (multimercados, referenciados e renda fixa) com tíquetes iniciais acessíveis, que partem de R$ 1 mil a R$ 20 mil. A base de clientes veio após a criação do cartão de crédito próprio e contou com o suporte da equipe de corretores. "Antes da criação da Porto Seguro Investimentos, já fazíamos a gestão de nossos recursos próprios e dos fundos de previdência. Agora, queremos partir para grandes investidores institucionais. Temos tecnologia, equipe especializada e conhecemos a regulamentação para fundos de pensão", afirma Izak Benaderet, diretor de investimentos da empresa.

Ela tem sob gestão R$ 14,3 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão de recursos de terceiros, R$ 4,7 bilhões de fundos de previdência privada, R$ 5 bilhões de reservas técnicas e R$ 3 bilhões voltados para as 27 empresas do conglomerado Porto Seguro. Confiante, Benaderet acredita ser possível conquistar tanto investidores qualificados como cooptar clientes de instituições bancárias para fundos da seguradora.

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