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Eletrônicos formam novo nicho em franca expansão



Valor Econômico

O carioca Luiz Felipe Pereira, de 20 anos, passou a enfrentar a pressão da família para fazer seguro depois que gastou R$ 3.200,00 em um celular de última geração. Desde os doze anos, ele tem telefone móvel, mas nunca foi vítima de assalto, embora já tenha esquecido um em uma festa. O novo aparelho, porém, foi um investimento e tanto para quem trabalha na expedição de faturamento de uma fábrica de óculos. "Me sinto mais seguro", diz Luiz Henrique, que já pagou duas das dez parcelas do seguro de R$ 800,00.

A estimativa é de que 4 milhões de brasileiros têm seguro de smartphones, notebooks, tablets e outro equipamentos eletrônicos portáteis. O novo nicho de negócio anima o mercado de seguradoras e também das operadoras que já oferecem plano de seguro aos consumidores. As estatísticas explicam. O portal ondefuiroubado.com.br revela que o celular está em quarto lugar no ranking de objetos roubados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Salvador - atrás de bolsas ou mochilas, cartões de crédito e carteiras e à frente das bicicletas.

Só no Estado do Rio de Janeiro foram registrados 12 mil roubos de celulares em 2015. Uma pesquisa do ano passado constatou que 63 celulares são roubados por hora nas principais capitais brasileiras. O Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI), que bloqueia celulares perdidos, furtados e roubados, tem mais de 6,5 milhões de aparelhos registrados que não podem ser utilizados.


O desempenho do mercado de seguro de aparelhos eletrônicos portáteis revela potencial para expansão. "Celular deixou de ser um bem e virou patrimônio. A demanda por proteção é natural", diz Tulio Carvalho, superintendente de produtos massificados do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre. "O mercado vem crescendo", afirma Marcelo Santana, gerente de ramos elementares da Porto Seguro.

Os celulares representam cerca de metade das apólices de seguros de equipamentos eletrônicos portáteis. Mais de 60% das coberturas são para casos de roubo. O valor varia de 15% a 25% do preço do aparelho. O preço não diminuiu porque, apesar da maior procura, os aparelhos saem de fábrica cada vez mais sofisticados e mais caros e do aumento da sinistralidade. Em geral, os planos preveem que em caso de roubo ou quebra acidental o usuário pague franquia, que varia de 15% a 20%.

Na Bem Mais Seguro, empresa do grupo Assurant especializada na venda de seguros pela internet, a cobertura cobre roubo e furto qualificado, quebras acidentais e queda de líquidos. Não cobre furto simples ou perda. Em danos acidentais só é previsto o conserto para os casos que comprometam o aparelho, como uma tela rachada, e não apenas danos estéticos, como riscos. O valor do seguro fica em torno de 20% do valor do bem, conforme o modelo do aparelho.

Os planos da Porto Seguro oferecem cobertura básica - para danos físicos ao aparelho em quedas acidentais, explosão ou incêndio na residência ou local de trabalho - e acessórias - para danos elétricos no carregamento da bateria, danos por água ou subtração. Quem viaja ao exterior tem que fazer cobertura internacional. O preço varia de acordo com a região do país e do perfil do usuário - pessoa física ou jurídica, sexo e idade - mas em geral fica entre 15% e 25% do valor do aparelho. A cobertura é 100%, mas tem franquia. O seguro só pode ser contratado até dois anos da compra do aparelho. "No terceiro ano não há possibilidade de renovação porque o aparelho perde muito valor", diz Marcelo Santana, da Porto Seguro.

Roubo, furto e quebra acidental fazem parte da cobertura básica da Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, que oferece também garantia estendida. O seguro varia de 16% a 25% do valor do aparelho. A cobertura é integral, mas em caso de roubo e quebra acidental há franquia de 15% a 20%. A apólice garante indenização monetária, mas tem planos que preveem a reposição do aparelho. "Mesmo com seguro é recomendado que o usuário identifique e anote o número do IMEI (sigla em inglês para Identificação Internacional de Equipamento Móvel) para bloquear o aparelho caso ele seja roubado", diz Tulio Carvalho, do Banco do Brasil e Mapfre.

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