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Startups chegam aos poucos para inovar os negócios



Valor Econômico 

Insurtechs. Esse é o termo usado para empresas que surgem com um projeto para ofertar seguro de uma forma inovadora. Um funcionário que antes temia ser demitido ao comentar frases como "o cliente não vai comprar porque a oferta não está adequada do ponto de vista de cobertura ou de preço", agora é presenteado se tiver uma ideia que possa aumentar as vendas.

Segundo Raphael Araújo, da Accenture, desde 2011 mais de US$ 4,9 bilhões foram investidos em 196 insurtechs nos Estados Unidos, segundo dados da empresa CB Insights e a Accenture Analytics. Cerca de 56% dos investimentos recaíram em projetos que envolvem o mercado de distribuição de seguros. Tal movimento se justifica, uma vez que pesquisas revelam que 76% dos consumidores estão dispostos a mudar de seguradora caso encontrem serviços mais personalizados e adequados às suas necessidades; 38% estão dispostos a pagar mais pelos novos serviços.

No Brasil, o movimento é incipiente, mas diversas seguradoras já estão se engajando em programas de inovação. "Seguro é uma indústria que movimenta mais de US$ 4,4 trilhões por ano. No Brasil é um grande setor, mas muito menor do que deveria ser. O que acreditamos é que a TI vai melhorar custo e trazer mais eficiência para o mercado segurador ter o tamanho que deveria ter", diz Anderson Thees, sócio do fundo de investimento Redpoint, ligado ao Vale do Silício que, no setor, tem hoje investimentos apenas na corretora Minuto Seguros.


Até 2015, as startups eram todas corretoras de seguros. Eram chamadas praticamente de comparadoras de preços de automóvel. Só que elas entraram na jornada digital do consumidor, trazendo para o mercado de seguros novos clientes, principalmente os que faziam buscas que remetiam a organização de férias. O seguro viagem passou a ser o produto de maior sucesso dessas fintechs. E daí vieram os seguros para pets, de vida, de acidentes pessoais e tantos outros.

Segundo Marcelo Blay, CEO da Minuto Seguros, a complexidade dos produtos e a falta de conhecimento a respeito do seguro em si fazem com que o elemento humano ainda seja parte importante do processo de contratação. "Até o Google decidiu interromper sua incursão no mundo da venda de seguros pela internet, pois chegou à conclusão que os clientes precisam de um apoio humano durante e após o processo de contratação", afirma.

As startups mais recentes são plataformas não só de vendas, mas seguradoras, como a Youse, da Caixa Seguradora, e a ThinkSeg, idealizada por André Gregori, ex-BTG Pactual. Em recente apresentação, o CEO da YouSe, Eldes Mattiuzzu, apresentou o case de sucesso da sua fintech que sinaliza como será o futuro do mercado de seguros. "Queremos levar uma experiência para quem não conhece ou não tem o seguro, que não seja burocrática, mas sim simples e com bastante tecnologia", explicou. Gregori, que há quatro anos viaja o mundo pesquisando novas formas de negócios em seguros, faz coro: "É uma nova forma de fazer negócio, que vai ao encontro com o que o cliente quer comprar e pagar e não mais com aquilo que uma empresa quer vender".

A Porto Seguro lançou a aceleradora Oxigênio em parceria com a Plug and Play em setembro do ano passado e em janeiro deste ano selecionou cinco projetos para apoiar. A companhia está em seu segundo ciclo após ter selecionado em agosto passado sete projetos, informa Italo Flammia, diretor da aceleradora de startup. As cinco selecionadas no primeiro ciclo, com investimentos de US$ 50 mil por startup, já geraram 17 negócios. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) lançou em agosto a MAR, uma incubadora de startups, em parceria com a aceleradora Darwin Starter. "O objetivo é entender como as novas tecnologias vão transformar o mercado segurador e como as startups podem aproximar consumidores e distribuidores", afirma o diretor Marcos Barros.

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