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VGBL puxa o crescimento do setor e carros declinam



Valor Econômico 

O mercado segurador registrou lucro líquido de R$ 7 bilhões no primeiro semestre, o que representa uma média de 21% de retorno sobre o patrimônio líquido do setor, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), agrupados pela consultoria Siscorp. O grupo Bradesco lidera o ranking, com lucro líquido de R$ 2,2 bilhões nos primeiros seis meses do ano, com 28% de retorno sobre o PL. A BB Mapfre vem na vice-liderança, com lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no semestre e retorno de 39%. Vale destacar que quando analisada a operação do grupo BB Mapfre ligada ao Banco do Brasil, o retorno sobe para 64%.

O Itaú vem em terceiro lugar, com R$ 1,3 bilhão, seguido pela Caixa, com R$ 664 milhões, e pela Zurich, com R$ 461 milhões. Mas nem todas conseguiram fechar no azul. Considerando os 50 maiores grupos, Allianz, AIG e Generali lideram os maiores prejuízos, com R$ 99,9 milhões, R$ 80,9 milhões e R$ 60,6 milhões, respectivamente.

Em vendas, a indústria de seguros encerrou o semestre com crescimento nominal de 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 113,9 bilhões, segundo dados fornecidos pela CNseg. As indenizações pagas totalizaram R$ 61,7 bilhões. As provisões técnicas já alcançaram R$ 716,8 bilhões e variação, também positiva, de 19,2%. "Os resultados mostram evolução e resiliência. Em relação a igual período do ano passado, as provisões chegaram a R$ 601,6 bilhões", comenta Márcio Coriolano, presidente da confederação.


O seguro de carro, líder do segmento de seguros gerais, amargou uma queda de 3,2% no período. "Uma vez que cerca de 80% dos automóveis segurados são novos, tal desaceleração no setor veio como consequência de uma grande queda na venda de veículos, chegando a 25,1% no período analisado", comenta.

Coriolano destaca alguns segmentos, como o seguro de garantia, com crescimento nominal de 29,8% de janeiro a junho. Destaque também para os planos de previdência conhecidos como VGBL, que se mantêm como propulsor do crescimento do mercado supervisionado pela Susep, com uma variação nominal na arrecadação de prêmios de 13,6%, para R$ 47,8 bilhões no acumulado de janeiro a junho deste ano. A participação no mix total do mercado foi de 42% no período analisado.

O seguro de vida individual apresentou variação nominal de 26,8% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano anterior. O seguro habitacional registrou crescimento ligeiramente acima da inflação até junho, com 10,1% de variação nominal. Coriolano explica que num cenário econômico de restrição de crédito habitacional e de empreendimentos na construção civil comparando-se aos anos anteriores, o principal propulsor para que o ramo não fosse tão fortemente afetado foi o avanço da força de venda de algumas empresas, não líderes, que aumentaram seu market share no mercado de seguro habitacional.

O seguro rural também merece destaque, já que apresentou crescimento nominal de 58,6% no semestre, evidenciando maior independência da sua contratação à subvenção do governo, cuja estimativa para 2016 é 60% menor - R$ 400 milhões - do que a do ano anterior.

A expectativa é de que o mercado de seguros brasileiro alcance ao final de 2016 a arrecadação de R$ 395 bilhões, significando crescimento real de 1,5% sobre 2015. Sobre o PIB, a arrecadação deverá representar 6,4%, contra 6,1% em 2015, comenta Flávio Faggion, sócio da Siscorp.

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