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Reforma e lançamentos de produtos devem elevar vendas

Fonte: Valor Econômico 

Com a passagem do que consideram ter sido o pior da crise, as seguradoras veem uma conjunção de fatores mais positivos para 2017 e os próximos anos. São eles a discussão da reforma da Previdência Social, os primeiros sinais de melhora dos indicadores macroeconômicos e o lançamento de produtos, como o vida universal - que deve ser regulamentado dentro de semanas pela Susep - e do VGL Saúde, que está na agenda de votação do Senado Federal.

A indústria segue crescendo, mesmo em anos de retração do Produto Interno Bruto (PIB). Em ritmo menor, porém ainda de dois dígitos. A previsão da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) é que 2016 feche com incremento de pelo menos 12,7% na arrecadação bruta. "No segundo trimestre, fizemos a revisão de 16% para 12,7%, pois os indicadores estavam menos favoráveis. Agora, achamos que o mercado reagiu e o resultado deve ser melhor do que o previsto", reavalia Edson Franco, presidente da entidade.

É também com base nesta retomada de fôlego que alguns gestores se animam para 2017. Apesar de ser uma indústria considerada madura, veem a chance de início de uma alavancagem mais acelerada que pode remeter o setor ao ritmo de crescimento dos áureos anos de 2010, 2011 e 2012, quando os saltos de arrecadação eram superiores a 20% ao ano. Uma das justificativas é a baixa representatividade da indústria frente ao PIB, cerca de 12%. "No Canadá já atinge 74,7% do PIB local. Nos EUA, 84,6%. Reino Unido, 96% e no Chile, 68,6%. O potencial ainda é grande", avalia Jorge Pohlmann Nasser, presidente do Bradesco Vida e Previdência.


Com a aposta mais enfática na comercialização de produtos como o vida universal, que concilia proteção com acúmulo de renda, a Zurich Santander também vê chances de vendas maiores, mas somente quando o produto estiver sendo vendido de forma mais estruturada. Isso só deve ocorrer após 2017. A instituição acredita que se o cenário de retomada econômica e controle da inflação e fiscal se confirmarem, o ambiente estará dado para 2018.

"O produto tem apelo para empurrar não só a previdência, mas também a mercado de seguro de vida pois atende as duas demandas", afirma Alfredo Lalia, presidente da Zurich Santander, que projeta incremento de 41% nos negócios de previdência este ano e pelo menos 20% na arrecadação em 2017. "Não sabemos a versão final que vai sair do regulador. Mas o vida universal terá apelo importante", indica o executivo. A instituição já comercializa amplamente esse produto em outros países.

A previsão de encaminhamento ao Congresso da proposta da reforma da Previdência Social deve ser, na opinião da BrasilPrev, um dos grandes mobilizadores da indústria para o ano que vem. O assunto ganha cada vez mais espaço na mídia e é visto como um estímulo à reflexão e ao planejamento financeiro. "A previdência complementar vai ter cada vez mais o papel de fechar a conta para manter o padrão da renda futura dos brasileiros", diz Paulo Valle, presidente da empresa.

Além disso, ele acredita que o cenário econômico mais favorável ajuda na diversificação e melhor gestão dos ativos financeiros. "Quando o juro está alto, a tendência é ficar em investimentos mais conservadores. A provável queda da Selic e a entrada em vigor da resolução 4.444 facilitarão a maior diversificação das carteiras, com ativos de mais longo prazo", explica Valle.

Já a Caixa Seguradora vê com grande interesse a tramitação para aprovação do VGBL Saúde em um momento em que aumenta a longevidade do brasileiro, o que carrega junto a preocupação cada vez maior com os custos médicos e hospitalares no futuro. Este produto já foi votado na Câmara dos Deputados e estava na pauta de urgência de votação no Senado ao final do ano passado.

Antes do agravamento da crise política e econômica na virada para 2016, o produto era dado como certo pelo setor. Sua modelagem vinha sendo discutida entre o setor e o governo por quase sete anos. Trata-se de um produto de previdência que, para ter os benefícios fiscais desses planos, vincula o uso de seus recursos com gastos com a saúde.

"Acho que o mercado pode voltar a crescer na casa dos 20% e 25% quando produtos como o VGBL Saúde começarem a ser comercializados, pois têm potencial alavancador do setor", defende Rosana Techima, diretora de previdência da Caixa Seguradora.

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