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Segmento popular está no radar de seguradoras

Fonte: Valor Econômico 

A previdência complementar ainda é pouco difundida no Brasil. No final do primeiro semestre de 2016, o total de pessoas com planos contratados chegava a 12,5 milhões, ou seja, por volta de 15% da população economicamente ativa do país, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Apesar de não existirem estatísticas, é consenso no mercado que a participação de consumidores de baixo poder aquisitivo nesse universo é pouco expressiva. O potencial do segmento de mercado popular, porém, está no radar de seguradoras que desenvolvem produtos e adotam estratégias específicas para atrair esse consumidor.

"As pesquisas demonstram que preocupação com o futuro é igual entre todas as classes sociais, a questão é se há ou não renda disponível para adquirir produtos de previdência", diz Edson Franco, presidente da Fenaprevi. Franco avalia que a conjuntura econômica, que afeta emprego e renda, reduz os negócios no momento. "As pessoas querem manter o padrão de vida alcançado e percebem que, para conseguir isso, não poderão depender só do Estado ", afirma.

A Caixa Seguradora lançou em 2012 planos Vida Gerador Benefício Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) com ticket inicial a partir de R$ 35 mensais e sem taxa de carregamento (engloba os custos operacionais) na entrada. Rosana Techima, diretora de previdência da instituição, diz que as vendas de produtos populares já respondem por 21% dos negócios da Caixa Seguradora e, em 2016, apesar da conjuntura desfavorável, os negócios nesse segmento de mercado registram um aumento de 30% em relação ao ano passado. "O resultado está acima do esperado, uma vez que, em momentos de crise, o consumidor costuma ser conservador e a previdência não é a primeira opção para guardar dinheiro, apesar da boa rentabilidade", diz.


A Caixa Seguradora fez uma análise no comportamento dos clientes de renda mais baixa e concluiu que era importante simplificar e dar agilidade ao processo de recebimento dos valores, uma vez que a necessidade financeira de quem saca o recurso é quase sempre imediata. "Se o cliente percebe que o resgate é tranquilo, superada a dificuldade momentânea, ele passa a investir até mais do que anteriormente", diz Techima.

Na Brasilprev o produto com ticket mais baixo é o plano Brasilprev Junior, com contribuição mensal a partir de R$ 25. Nos planos voltados aos adultos, o ticket inicial é de R$ 60. A carteira do Brasilprev Junior é formada por 600 mil clientes, 31% do total dos contratos de previdência da seguradora. Na maioria, 66%, são planos VGBLs. Os pais são responsáveis financeiros de 92% dos planos. "Nossas pesquisas indicam que o público de menor renda abdica de poupança própria para garantir a ascensão social dos filhos por meio da educação", diz Sandro Bonfim, superintendente de produto da Brasilprev. As vendas do Brasilprev Junior são mais representativas nas regiões onde a renda média é menor. No Norte e no Nordeste, superam 40% dos contratos, no Sudeste os planos para adultos predominam, com 70% dos contratos.

A Bradesco Vida e Previdência também conta com duas linhas de produtos voltadas para o púbico de menor poder aquisitivo, o Prev Jovem, e o Classic, os dois iniciam com ticket a partir de R$ 50. Os contratos Classic ainda são pouco representativos, respondem por 400 mil em um universo de três milhões de clientes da seguradora, na categoria pessoa física. Em arrecadação, 2% do total. Jorge Nasser, diretor-geral da companhia, diz que o potencial do segmento Classic é significativo, podendo chegar a cinco milhões de clientes. "O segmento popular vai crescer significativamente", afirma.

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