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Aplicativo faz renovação sob medida

Fonte: Valor Econômico
Por Guilherme Meirelles | De São Paulo

Paulo Umeki, da Liberty: "Bom uso pode gerar desconto de 20% na apólice"

Renovar o seguro de um veículo deixou de ser um gesto automático de pegar o telefone e ligar para o corretor quando se aproxima o vencimento da apólice. Na medida em que o valor do prêmio sobe além do orçamento doméstico, o consumidor tem buscado pesquisar modelos alternativos de manter o seu veículo segurado, mas em condições que não pesem no bolso. O lado positivo da crise é que nestas horas surgem opções que oferecem produtos que estejam de acordo com as necessidades do cliente, como é o caso da plataforma marketplace Thinkseg, lançada no início do ano pelo executivo André Gregori.

Por meio de uma plataforma mobile, é possível fechar um contrato customizado respondendo um questionário simplificado e baixando um aplicativo, que irá acompanhar o comportamento do motorista (respeito à velocidade, tempo de frenagem, local de pernoite do veículo) e assim estabelecer um escore, que pode resultar em um desconto de até 50% na apólice. "Nosso desafio é apresentar ao motorista um novo modelo de fazer seguro", diz Gregori. Até agora, quatro seguradoras aderiram ao modelo - Bradesco Seguros, QBE, Cardiff e Sancor - e novos parceiros estão previstos até o final do ano.

Segundo Gregori, por meio dos algoritmos, é possível compor uma apólice em que uma seguradora "A" faça a cobertura do casco e uma seguradora "B" traga as coberturas adicionais, como responsabilidade civil, guincho ou assistência á residência. Por este sistema, a Thinkseg já fechou três mil contratos no ramo de Autos. "É uma novidade, ainda não sabemos como fidelizar o cliente na renovação", diz Gregori, que pretende investir R$ 100 milhões em cinco anos e ampliar para novos ramos.


Embora sem a mesma sofisticação tecnológica, é possível acompanhar o comportamento do motorista por meio de rastreadores e assim poder minimizar os riscos na hora de fechar um contrato. Este nicho não é exclusividade das seguradoras. Há oito anos, a Ituran, especializada no monitoramento e recuperação de veículos por meio de rastreadores, vem atuando em parceria com algumas seguradoras na venda de equipamentos acoplados a um seguro de roubo e furto, que pode ser turbinado com coberturas adicionais. "Nosso foco são clientes que não seriam aceitos pelas seguradoras no processo de venda tradicional, tanto devido ao preço como pelo perfil do condutor", diz Roberto Posternak, diretor comercial da Ituran, que conta em carteira cerca de 600 mil veículos e tem registrado crescimento médio de 25% ao ano desde 2013. "O público aumentou após a crise e deveremos fechar o ano com 650 mil veículos", afirma.

Segundo Posternak, em caso de roubo ou furto, o rastreador permite a recuperação em 90% das ocorrências. Sem exigir perfil do motorista, o rastreador é vendido em seis parcelas enquanto a apólice é oferecida a partir de R$ 69,90, conforme o modelo do veículo. "Quanto maior o risco do veículo, mais vantajoso é o nosso modelo", diz Posternak, citando o hipotético exemplo de um jovem morador da Baixada Fluminense (região de maior índice de roubos e furtos do Brasil), que tenha um Corsa Classic 2014. "Nestas condições, o prêmio ficaria em mais de R$ 3 mil", afirma.

A venda de rastreador com seguro é válida apenas para veículos de passeio, inclusive para frotas. O equipamento não atende motos ou caminhões, que são mais vulneráveis a roubos.

Por sua vez, as seguradoras oferecem produtos nesta linha, mas submetidos ao tradicional questionário de perfil. Em junho, a Liberty lançou o aplicativo Direção em Conta, que pode ser baixado e utilizado durante 90 dias por um usuário antes da contratação de um seguro. Segundo Paulo Umeki, vice-presidente técnico e de produtos, o app teve cerca de 2.800 downloads. "O bom uso pode gerar um desconto de 20% na apólice".

O desenvolvimento do aplicativo foi uma solução da Liberty como alternativa ao tradicional modelo de monitoramento que é feito por um equipamento que acompanha a aceleração e frenagem do veículo, por meio de uma porta USB no painel do veículo. "Este dispositivo encarecia o seguro e não tinha a função de rastreamento", diz Umeki.

Outra seguradora adepta do uso do rastreador é a Porto Seguro, que possui um dispositivo próprio que é instalado em seus centros automotivos. Segundo Jaime Soares, diretor do Porto Seguro Auto, o aparelho pode ser instalado em veículos de passeio e caminhões.

Para João Luiz Rigobello, diretor de afinitty da Willis Towers Watson, há uma tendência global de tornar o seguro adequado às necessidades urgentes das pessoas, processo que deve ser cada vez mais acelerado pelas transformações digitais promovidas pelas startups, como a australiana Trov, que desenvolveu um produto equivalente ao seguro-viagem para viagens domésticas.

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