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No país, varejo de seguro de vida desafia líder MetLife

Fonte; Valor Econômico

Gigante americana quer crescer na venda de apólice individual

Mauro Arbex

A americana MetLife, maior empresa de seguro de vida do mundo, com 90 milhões de clientes, ainda enfrenta dificuldades para convencer a população brasileira a adquirir uma apólice individual. Realmente, o desafio no mercado brasileiro é que a penetração do seguro de vida é muito baixa, menos de 1%, diz William Toppeta, presidente internacional da MetLife, que esteve no país na semana passada para encontro com executivos e funcionários e conversou com o Valor. Temos aqui uma enorme oportunidade de expansão, mas há necessidade de educar a população. Leva tempo. Temos no Brasil um compromisso de longo prazo.

No país desde 1999, a seguradora ainda não fez investimentos pesados na venda direta de seguros no varejo, diz Toppeta. A maior parte dos recursos aplicados no Brasil desde o início das operações, que somam R$ 500 milhões, foi destinada a aquisições e à implantação de seguro de vida em grupo. Mas o presidente internacional, responsável pelas operações da MetLife fora dos EUA, está otimista. O mercado brasileiro é um dos mais importantes para a empresa, até pela baixa penetração do mercado de seguros.

A aquisição da Alico no ano passado - empresa de seguro de vida da AIG - por US$ 17 bilhões deve ajudar a incrementar os negócios de venda direta no Brasil. A Alico tem muita expertise em [seguros] massificados, na venda direta, e queremos trazer essa experiência para a América Latina, afirma Toppeta. O México é o principal mercado na América Latina, seguido por Chile e Brasil.

Com a Alico, caiu a participação do mercado americano no bolo de resultados da MetLife. O lucro nos EUA, que chegou a representar 85% do resultado global da seguradora, hoje está em 60%. Os restantes 40% são obtidos nos outros 60 países onde atua. No ano passado, a empresa apresentou um lucro líquido de US$ 2,7 bilhões e operacional de US$ 3,9 bilhões, 65% maior em relação a 2009. O mercado americano é hoje menos importante do que era antes da aquisição (da Alico), enquanto a América Latina e o Brasil ganharam importância, diz Toppeta. A América Latina é hoje o segundo maior mercado para MetLife. No ano passado, 23% das vendas da empresa vieram da região. O Japão ficou com 31% e demais países, 46%.

Se o seguro de vida individual ainda é um desafio para a MetLife no Brasil, a apólice em grupo já representa receita importante. Segundo Hélio Kinoshita, diretor presidente da MetLife no Brasil, a empresa, com cerca de 15% do mercado do seguro em grupo, está entre as maiores nesse segmento. A seguradora atende principalmente grandes empresas, com mais de mil funcionários, mas tem presença pequena entre médias e pequenas. No segmento de média empresa, entre 50 e mil funcionários, temos feito uma adequação de nossa estrutura de vendas para poder alcançá-lo, diz Kinoshita. A empresa está presente em 15,5 mil empresas no país.

Outra aposta da MetLife no Brasil é o seguro dental. Em dezembro de 2008, a empresa adquiriu a Odonto A, então com 100 mil clientes. Dois anos depois, o número quadruplicou, para 400 mil É uma área nova no Brasil e, obviamente, há uma velocidade maior de crescimento, diz Toppeta.

A MetLife tem cerca de cinco milhões de clientes e R$ 115 bilhões em valor segurado no Brasil. No ano passado, encerrou com patrimônio líquido de R$ 379,4 milhões e lucro líquido de R$ 34,1 milhões. Os ativos da companhia no país alcançaram R$ 2,4 bilhões.

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